Poemas de Glauber Lauria

O poeta matogrossense Glauber Lauria conhece as artes e as artimanhas de quem oferece seus versos nas ruas e praças do país. Leitor voraz e mais um dos seduzidos pela Musa da Literatura, trazemos aqui alguns de seus poemas.

Prosa e Poesia e Vice Versa  Glauber-vendendo-poemas Poemas de Glauber Lauria

por entre solos arquitetônicos de beijos em orquestra   

adágios singram cantatas e acordes cortam para acordar toda uma festa   

teu ser mesmo em silêncio reverbera e a musa que ora pulsa secreta   

dessacraliza alicerces  

estanca mágoa   

parte contente cordas  

não suporta supostas amarras   

desfazendo nós costura outras árias  

entre erudita e pornográfica  

subverte a rima  

cria outra grafia   

e dando fim ao edifício  

feminina,  

reinventa a música  

para soar sinos  

catedral poesia  

 

 

 

novos céus   

para infernos outros  

paraísos carnes   

Cérberos soltos  

Pégasus ao leito  

mordendo freios  

grifos ninfas  

mitológica zoofilia  

bestiário poema  

unicórnios assassinos  

são laivos línguas  

dedos orifícios 

 

…. 

 

dorme a orquestra no fosso  

um ponto recita a réplica  

cai alguém na forca  

outro decidido se enforca  

  

naufragam barcos na costa  

veleiros singram mares  

uma tempestade a postos  

ameaça Percy Bysshe Shelley  

  

Grega ou Romântica, Amas  

Poesia que suicídio encerra  

o desespero é sua tônica  

Safo, tua poeta  

  

Anadiómena Vênus sangra  

costurada, em ternos versos externa  

Amor, colapso entrega  

nossa, desavisada métrica   

 

 

 

Arcanos  

Arquétipos  

Elektra e Édipo  

Signos  

Arcaicos e pós-modernos  

De complexos  

Serem em Eros 

Pornográfica  

  

Quando em você, Amor fala puta  

Desejo essa mulher que grita  

E sem pudores, pura lascívia  

Pede: come meu cu, filho da puta!  

  

Nova Lucrécia, divina Messalina  

Solta, solta, safada, rapariga  

É você quem Amor conquista  

É você ardendo em carne viva!  

  

Agora cai toda minha lírica  

E pornográfica canta a poesia  

Tua buceta merece uma elegia  

Teu cu, uma epopeia mística!  

  

Teus olhos respiram luxúria  

Teu seio arqueja saliva  

Tua bunda pinga malícia  

Tua vulva envolve e vibra!  

  

Para fodê-la quero uma vida  

Entrego a alma em tua língua  

Contrito comungo a cada tapa  

Em tua bela face de menina! 

Sobre o autor

Glauber Lauria nasceu em 1982 na distinta cidade de Torixoréu em Mato Grosso, estado localizado num país conhecido como Brasil.

Já abandonou diversos cursos superiores, sendo alguns deles: História da Arte – UERJ, Museologia – UNIRIO, Letras- Francês – UFMT, Letras-Literatura – UFMT, Turismo – UNEMAT. Atualmente no curso superior de tecnologia em teatro com ênfase em dramaturgia na MT Escola de Teatro – Unemat em Cuiabá, onde reside.

Tem publicado de forma independente o livro de poemas Jardim das Rosas em Caos, já saiu em diversas antologias pelo país e foi publicado pelos seguintes periódicos: Grifo, Sina, Acre, AMEOPOEMA, Expresso Araguaia, entre outros.

Agora em navegação internética é explorado gratuitamente pelos sites:

No mais antes da pandêmica viral oferecia seus versos em esquinas praças e outros pontos duvidosos aceitando por eles quantias irrisórias.