A escritora Priscilla Pinheiro nasceu em Fortaleza, capital do Ceará, em 1993. É bacharel em Publicidade e mestre em Comunicação, ambas formações pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atua como redatora publicitária há oito anos, e, em paralelo, mantém a carreira de escritora. “Morada em Edição” é seu segundo livro. O primeiro, “Passagem de Ida e Volta” (Editora Folheando), também é dedicado à poesia.
O início da trajetória literária se deu durante a pandemia da Covid-19. O isolamento impulsionou Priscilla a escrever, de forma despretensiosa em um primeiro momento. Desse tempo nasceu o primeiro livro. O gosto pela escrita tomou corpo e ela seguiu compondo versos. Para a autora, a produção textual era uma tentativa de passar as memórias para o papel. “Durante essa caminhada passeei pela lembrança de várias casas, abrindo os portões da infância e adentrando também nas imagens compartilhadas pela família ao longo dessas mudanças”, conta, pontuando também o tema que a envolveu durante o processo.
Outro movimento que colaborou para que a produção de texto se tornasse constante eram as oficinas de escrita que a autora frequentava. Priscilla destaca que alguns dos poemas de “Morada em Edição” foram produzidos nesses encontros literários liderados pelas escritoras Mell Renault e Yara Fers. O incentivo para lançar o segundo livro veio por meio de uma mentoria com a escritora Jarid Arraes.
A autora, inclusive, está no rol de influências literárias de Priscilla. Junto à cearense estão outros escritores, entre eles, os internacionais, como os portugueses Matilde Campilho, Adília Lopes e Fernando Pessoa, e ainda a polonesa Wisława Szymborska. Na lista há ainda espaço para os brasileiros, desde os clássicos, como Clarice Lispector, Hilda Hilst e Caio Fernando Abreu, até às contemporâneas, Socorro Acioli, Aline Bei e Ana Guadalupe.
Ana Guadalupe é influência direta de “Morada em Edição”, segundo Priscilla, em especial o livro “Preocupações”. “Nessa obra a escritora fala sobre as casas que já morou, a rotina e as constantes transformações experienciadas, o que dialogou muito com minha vivência. Na elaboração do tema, refletimos sobre o que é, afinal, uma morada e como ela se constrói para além dos aspectos materiais e emocionais que a envolvem”, reflete a cearense.
Ainda que a materialização da escrita em livros tenha só acontecido perto dos 30 anos, a vocação para produzir literatura veio ainda no período da escola. A pequena Priscilla, lembra a autora, não tinha medo de sujar o papel. A intenção era se apropriar das letras para dar sentido ao mundo. Aos poucos foi lapidando o talento, arriscou se inscrever em concurso de poesia e redação ainda na época do colégio e ganhou. Agora na vida adulta, ao dedicar-se com mais afinco à escrita criativa e literária, a autora honra a menina que desenhava e rabiscava as palavras e também a memória do que viveu.