Julio Urrutiaga, um poeta no Equador
Julio Urrutiaga Almada é poeta, escritor, professor universitário, tradutor literário, dramaturgo e ator. Transeunte do Mundo. Identificado com a realidade latino-americana. Geminiano com ascendente em peixes e lua em câncer (marte em sagitário e vênus em Touro).
Desde a metade do mundo: Estou comprometido com a tradução do meu trabalho poético (do português ao espanhol): Comprometido com a Integração dos sentidos, vivências e significados.
Sou um escritor brasileiro, latino-americano acima de tudo, realizando o caminho percorrido faz 30 anos, vivendo no Equador e escrevendo sobre estas vivências de antes e de agora.
Um importante projeto de escrita que seria desenvolvido com pesquisa no brasil, teve que ser adiado pela pandemia.
No momento, estou trabalhando na tradução do livro Caderno de Ontem para o espanhol e conectando com as histórias já existentes, novas visões advindas do enfrentamento à pandemia. Caderno de Ontem é um livro de 90 contos curtos. A Idéia é gerar um belo livro bilingue. As fontes normais de renda como aulas e vendas de livros fisicos já não existem.
Desde a metade do mundo: Peço um apoio ao meu trabalho e ofereço livros eletrônicos e a possibilidade de participar de um processo de escrita coletiva por parte de alguns colaboradores.
O Valor arrecadado no projeto financiará os meses de escrita que serão provavelmente 5 e a metade se for atingida a meta permitirá a impressão dos livros em espanhol.
Conheça o Canal Julio Urrutiaga Almada
Heracles
Ninguém sabe
Degustar
um segredo.
Ele tem a cara
De um Câncer.
Ele tem o cheiro
De um medo.
Eu verto silêncios
E aromas de baunilha
Nesses dias entristecidos.
Eu perambulo
Pelos endereços
Inábeis
Dos tempos felizes.
Eu sofro
De amores voláteis
Desandando
A maionese dos magos.
Flor de um asfalto retrátil
Devorador de pernas
dóceis
E sonhos contidos.
Esvoaço a vida
Se esvoaçada
Deixa-se.
Falo a verve
Descontrolada
Dos abismos.
Amo a febre
Dos meus sentidos:
Voz embargada.
Desavisado sorrio
Os dias me dilaceram
Na sorte que anunciam.
Dobro a esquina
Cruzo o rio
Sangro desaparecido.
As mãos prenunciadas
São a febre
Das horas enraivecidas.
O olho inerte
É o remorso
Do tempo vencido.
A outra margem
O rosto da correnteza
cortada.
Palidez é a cor
mais selvagem
a mim permitida.
Morrer centenas
De vezes e não
Morrer sequer um dia:
Trançado de vozes
Calando
As pedras velozes.
(Do livro Em um mapa sem cachorros)
ENTREVISTA COM O POETA LEO LOBOS
Tradutor, poeta, ensaísta e artista visual, Leo Lobos foi entrevistado pelo Julio Urrutiaga Almada para a Arara Revista. Dono de uma aguçada sensibilidade e autor de mais de uma dezena de livros, traduziu poetas brasileiros como Hilda Hist e Tanussi Cardoso e escreve para diversas revistas e sites.