Entrevista com o poeta chileno Leo Lobos

Tradutor, poeta, ensaísta e artista visual, Leo Lobos foi entrevistado por Julio Urrutiaga Almada para a Arara Revista. Dono de uma aguçada sensibilidade e autor de mais de uma dezena de livros, traduziu poetas brasileiros como Hilda Hist e Tanussi Cardoso e escreve para diversas revistas e sites.

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Leo Lobos foi entrevistado por Julio Urrutiaga Almada para a Arara Revista.

Entrevista bilingue

¿Cual es la relación que existe entre las artes visuales y la poesía?

La pintura y la música están más próximas de la poesía de lo que habitualmente se cree. La poesía es ritmo y color, fondo y contenido y mucho misterio que la pintura y la música comparten. En mi caso ambas expresiones corren por caminos paralelos y evidentemente la poesía influye en todos las ámbitos de mi creación generando cruzes. Mi arte es llamado de ‘poesía visual’ y la poesía paradójicamente no es algo que se ve, por su origen en la oralidad, pero si creo que es una luz que nos permite ver, la vida y al mismo tiempo es un misterio escencial que nos toca. 

Qual é a relação existente entre as artes visuais e a poesia?  

A pintura e a música estão mais próximas da poesia, do que em geral, acreditamos. A Poesia é ritmo, cor, fundo e conteúdo e há muito mistério compartilhado pela pintura e música. No meu caso, ambas expressões vão por caminhos paralelos e evidentemente a poesia tem influência em todos os sentidos da minha criação criando convergências. Minha arte é chamada de poesia visual e a poesia paradoxalmente não é algo que se vê, pela sua origem na oralidade, mas sim eu acredito que é uma luz que nos permite ver a vida e ao mesmo é um mistério essencial que nos toca.  

Si tuvieras que elegir a un poema tuyo para hablar de tu obra, ¿Cuál sería 

Más que un poema elegiría un libro lleno de ellos, CORAZÓN por ejemplo publicado por MAGO EDITORES el año 2018 en Chile, o el libro PICNIC EN EL CENTRAL PARK publicado por la editorial BUENOS AIRES POETRY el año 2019 en Argentina, ambos contienen referencias concretas a mi quehacer poético, poesía que nace de la experiencia vital y que están cruzados por referencias a la tradición de la literatura, a la cultura, al arte, una poesía de viaje por geografías humanas, físicas y espirituales 

Se você tivesse que escolher um poema para falar de sua obra, qual seria?  

Mais que um poema, minha escolha seria um livro repleto deles, CORAZÓN por exemplo, publicado pela MAGO EDITORES no ano de 2018 no Chile, ou o libro PICNIC EN EL CENTRAL PARK publicado pela editora BUENOS AIRES POETRY no ano de 2019 na Argentina.  Ambos possuem referências concretas do meu feitio poético, poesia nascida da experiência vital e que estão perpassados de referências à tradição da literatura e cultura e à arte. Poesia que é uma viagem pela geografia humana, física e espiritual.  

¿La Poesía debe ser un código hermético? Partiendo de esta análisis  ¿cómo definirías los retos de la traducción?

Como toda buena lectura, la traducción es una manera profunda de entender y comprender lo ajeno, lo distinto. Y eso es una gran influencia, inspiración y motivación para enriquecer el propio camino, ayuda a desatar amarras, explorar, soñar y descubrir. Lo importante es saber dónde estás y a dónde quieres llegar, y ese andar debes lidiar con la bondad y con la crueldad de nuestro tiempo y con nuestras diferencias, culturas e ideas. La diversidad de las lenguas, lejos de ser un castigo como supone el mito de Babel, está presente para que podamos vivir  la prueba o la experiencia de lo extranjero. Es necesario recuperar la felicidad del traductor como desafío presente que entraña toda traducción. Teoría y práctica se complementan de ahí que toda reflexión sobre ella sea inseparable de la experiencia de traducir. Realizo las traducciones siempre de originales y desde ahí me apartó creativamente, recreando, como sugerían los poetas-traductores Ezra Pound y Haroldo de Campos, buscando sentido por sentido y no letra por letra, significación y sonido, pues en eso difieren las lenguas. Cada traducción es una creación nueva y original en la lengua de llegada, en mi caso el castellano, eso es una maravilla y una belleza nueva al mismo tiempo.

 

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(...)A diversidade das línguas, longe de ser um castigo como supõe o mito de Babel está presente para que possamos viver o penar ou a experiência do estrangeiro. É necessário recuperar a felicidade do tradutor como desafio presente que engendra toda tradução.

Leo lobos

A Poesia deve ser um código hermético? Partindo desta análise, como você definiria os desafios da Tradução?

Como toda boa leitura, a tradução é uma maneira profunda de entender e compreender o estranho, o diferente. E isso é uma grande influência, inspiração e motivação para enriquecer o próprio caminho, ajuda a desatar as amarras, a explorar, a sonhar e a descobrir. O importante é saber onde você está e aonde quer chegar, e nesse percurso você terá que lidar com a bondade e a crueldade de nosso tempo e com nossas diferenças, culturas e idéias.

A diversidade das línguas, longe de ser um castigo como supõe o mito de Babel está presente para que possamos viver o penar ou a experiência do estrangeiro. É necessário recuperar a felicidade do tradutor como desafio presente que engendra toda tradução.

Teoria e prática se complementam portanto toda reflexão sobre ela é inseparável da experiência de traduzir. Realizo sempre as traduções a partir de originais e portanto me afasto criativamente, recriando, como sugeriam os poetas-tradutores Ezra Pound y Haroldo de Campos, buscando cada sentido e não cada letra, signififcado e som, pois isso é diferente em cada lingua . Cada tradução é uma criação nova e original na língua de chegada, no meu caso o castelhano, isso é uma maravilha e uma beleza nova ao mesmo tempo.

Desde tu experiencia propia ¿como ves al multiartista?, ¿Alguna forma de expresión comanda o determina  a las demás?

Soy esencialmente un poeta, que se permite desarrollar una obra en distintos ámbitos creativos, la escritura, el dibujo, la pintura, la fotografía, el audiovisual, la gestión cultural y la traducción. He sido influenciado por poetas y otros artistas universales, también de diversos ámbitos artísticos desde la música, el arte, el teatro, el cine y la comunicación que es fundamental para divulgar y compartir todas las artes. Mi primer libro junto a un colectivo de artistas fue publicado el año 1992 en los talleres de la Facultad de Artes de la Universidad de Chile y desde ahí no he parado de publicar y realizar exposiciones, trabajando en la producción con otros creadores en áreas como la música, el teatro, el cine, las artes visuales, el diseño, la edición de libros y la televisión. 

Desde sua propia experiencia, como você vê o multi-artista? Alguma forma de expressão comanda ou determina às demais?

Sou esencialmente um poeta que se permite desenvolver uma obra em diferentes âmbitos de criação, como a escrita, o desenho, a pintura, a fotografia, o audiovisual, a gestão cultural e a tradução. Fui influenciado por poetas e outros artistas universais, também de diversos âmbitos artísticos desde a música, passando pelo teatro, o cinema e a comunicação que é fundamental para divulgar e compartilhar todas as artes. Meu primeiro livro junto a um grupo de artistas foi publicado no ano de 1992 nas oficinas da Faculdade de Artes da Universidade do Chile e a partir desse momento não parei de publicar e realizar exposições, trabalhando na produção com outros criadores nas áreas como a música, o teatro, o cinema, as artes visuais, o desenho, a edição de livros e a televisão.

¿Cómo te afectó personalmente y a tu poesía, el golpe de estado de 1973?

Bueno yo nací el año 1966, era un niño. Evidentemente los hechos marcaron la vida de toda mi generación y de todo un país y sus consecuencias y repercusiones hasta el día de hoy nos afectan. Somos un país absolutamente fragmentado, dividido entre ganadores y vencidos. Nos persigue este pasado. Como escribe el poeta chileno Raúl Zurita:  “Ahora Chile entero es un acantilado/ Y el mar/ Es el mar del hambre estrellándose contra tus rocas”. 

 

Como você e sua poesia foram afetados, pelo golpe de 1973?  

Bem, eu nasci em 1966, era uma criança. Evidentemente os fatos marcaram a vida de toda uma geração e de todo o país e suas consequências e repercussões até o dia de hoje nos afeta. Somos um país absolutamente fragmentado, dividido entre ganhadores e vencidos. Esse passado nos persegue. Como escreveu  o poeta chileno Raúl Zurita:  “Agora todo o Chile é um penhasco / E o mar / É o mar da fome batendo contra suas rochas”.   

¿Hay alguna calle o rincón emblemático para ti en Santiago? ¿Qué nos puede contar a este respeto?

Bueno quiero decirte que adoro esta ciudad, su gente, sus contradicciones y parques. He vivido en varias otras ciudades del mundo pero aquí esta mi familia y amigos que son también mi familia por adopción. Barrios como Ñuñoa o el Barrio Bellavista son entrañables para mi formación personal y profesional también. Cosmopolitas y culturales, con teatros, cafeterías y galerías de arte. 

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Há alguma rua ou cantinho emblemático para você em Santiago? Pode nos contar algo a respeito?

Bom, eu quero lhe dizer que adoro esta cidade, seu povo, suas contradições e os parques e praças. Morei em outras ciudades do mundo mas aqui está minha familia e amigos que são também por adoção, a minha familia. Bairros como Ñuñoa e o Bairro Bellavista são entranháveis em minha formação pessoal e profissional também. Com uma atmosfera cosmopolita e cultural, contam com teatros, cafés e galerías de arte.

¿Cuáles son los rostros de la soledad?

Disfruto mucho de mi soledad y de mi mundo interior que está lleno de lugares en los cuales me siento muy a gusto aunque este rodeado de personas. Soy muy inquieto y la soledad es clave para mi trabajo y reflexión que es parte fundamental. Me gusta compartir y conversar con otras soledades eso enriquece la mirada y la vida. Me gusta caminar en silencio y contemplar el paisaje urbano, natural y contrastar con el paisaje interior. La vida está llena de sonido y furia, necesito de silencio y de música para crear y la creación nos conecta con los demás, es un puente, un adorable puente que se construye para socializar. 

 

Quais são as faces da Solidão?

Curto muito minha solidão e meu mundo interior que está cheio de lugares nos quais eu me sinto muito à vontade ainda que esteja rodeado de muitas pessoas. Sou muito inquieto e a solidão é a chave para meu trabalho e reflexão que é a parte fundamental. Eu gosto de compartilhar e conversar com outras solidões, isso enriquece o olhar e a vida. Eu gosto de caminhar em silêncio e contemplar a paisagem urbana, natural e contrastar com a paisagem interior. A vida está cheia de som e fúria, necessito de silêncio e música para criar e a criação nos conecta com os demais, é uma ponte, uma ponte adorável que se constrói para a socialização.

¿Cuáles retos impuestos al artista y al escritor en particular, se incrementan con la pandemia?

El escritor ruso Fiódor Dostoievski decía ‘el arte salvará al mundo’, y el poeta portugués Fernando Pessoa escribe ‘el arte tiene valor por que nos tira de aquí’. Creo que ciertamente en un mundo trágico el arte tiene una función liberadora. En este contexto de tanto dolor hemos organizado en mayo del 2020, junto a Miguel Iriarte, director de la Biblioteca Piloto del Caribe y su equipo en la ciudad de Barranquilla, Colombia la primera exposición de arte virtual en América Latina, que contiene 15 obras de mi autoria montadas en un innovador formato 3D para ser recorrida de manera remota, con éxito de asistencia para una exposición de arte, más de 400 visitas. Esta muestra titulada ‘Flores y luces de la pandemia’ ha sido un presente de luz y color para compartir con los amigos latinoamericanos. 

Quais os desafíos impostos ao artista e ao escritor em particular, sofrem um incremento durante a pandemia?

O escritor russo Fiódor Dostoievski dizia “a arte salvará o mundo”, e o poeta português Fernando Pessoa escreve “A arte tem valor porque nos tira daqui”. Acredito que certamente em um mundo trágico a arte tem uma função libertadora. Neste contexto de tanta dor organizamos em maio de 2020,com Miguel Iriarte, diretor da Biblioteca Piloto do Caribe e sua equipe na cidade de Barranquilla, Colômbia, a primeira exposição de arte virtual na América Latina, que contém 15 obras de minha autoria montadas em um formato 3D inovador para ser visitada de forma remota, com um sucesso para uma exposição de arte, mais de 400 visitantes. Esta exposição intitulada “Flores e luzes da Pandemia” foi um presente de luz e cor para dividir com os amigos latino-americanos.

¿Cómo ves al post pandemia?  ¿Qué podemos agregar en esos tiempos como artistas?  

El poeta no puede permanecer de brazos cruzados ante la desgracia y el dolor, debe transformar ese dolor en frutos de alegría, es su deber y obligación. 

Qual é a idéia que você tem sobre o pós-pandemia, como podemos contribuir nesses tempos como artistas?

O Poeta não pode permanecer de braços cruzados diante da desgraça e da dor, deve transformar essa dor em frutos de alegria, é seu dever e sua obrigação.

¿Utopía o distopíaPuedes comentar su elección 

Me quedó con la utopía. Eduardo Galeano, el escritor uruguayodecia que la utopía está en el horizonte. Camino dos pasosella se aleja dos pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá. Es decir es inalcansable. ¿Entonces para que sirve la utopía? Para esosirve para caminar.  En ese mismo sentido mi arte es mi propia utopía, es mi camino que me lleva hacía adelantesiempre llenando de sentido mi vida.   

Utopia ou distopia? Você pode comentar a sua escolha?  

Eu fico com a Utopia. Eduardo Galeano, o escritor uruguaio, dizia que a utopia está no horizonte. Caminho dois passos, ela se afasta dois passos e o horizonte se movimenta dez passos mais. Ë como dizer, inalcançável. Então para que serve a Utopia? Para isso, serve para caminhar. Neste mesmo sentido minha arte é minha própria utopia, é o caminho que me leva adiante, sempre enchendo de sentido minha vida.  

Me llamó la atención el poema Perdidos en la Habana. ¿Puedes comentarlo?

Es un poema escrito el año 1995 en la Habana, Cuba. Y terminado de editar en Chile ese mismo año. Un poema de viaje que me fue dictado prácticamente, pues fue escrito directo de un solo tiro sobre una bitácora de viaje que suelo usar, tomando notas, dibujando, escribiendo. Me gusta mucho la musicalidad y los múltiples sentidos plásticos que permiten la poesía, el paisaje humano y físico de una ciudad tan especial y llena de historia y referencias culturales cómo La Habana, colores que se descansarán bajo el sol. Es un poema que además da titulo a un poemario que reúne todos los escritos inspirados por ese viaje de mediados de los años noventa. 

O Poema Perdidos en la Habana me chamou muito a atenção, você pode comentar sobre?

É um poema escrito no ano de 1995 na cidade la Habana, Cuba. Foi editado no Chile naquele mesmo ano.

Um poema de viagem que me foi ditado praticamente, pois foi escrito direto de uma só vez no caderno de viagem que costumo usar, anotando, desenhando, escrevendo. Eu gosto muito da musicalidade e dos múltiplos sentidos plásticos permitidos pela poesia, a paisagem humana e física de uma cidade tão especial e cheia de histórias e referências culturais como Habana, cores que descansarão debaixo do sol.

É um poema que além do mais, dá título ao Poemário que reuniu todos os escritos inspirados por essa viagem no meio dos anos noventa.

Perdidos en La Habana

Se puede ver a lo largo de Cuba verdes  

o rojos o amarillos descascarándose con el  

agua y el sol, verdaderos paisajes de estos  

tiempos de guerra  

  

Después de tres botellas de ron  

ella lloraba en el lobby  

del Hotel Capri, mientras le leía poemas que no eran míos 

Hablaba de las playas a las que llegó  

en motocicleta, cuando aún el sol brillaba  

los cubanos son niños que lo miran todo decía  

  

Otro él, aparece desde el centro del salón y necesito  

más de un segundo para  

reconocerle  

me acerco y me cuenta de mujerespalacios de salsa,  

de bailes mágicos  

no haypienso  

no existe una isla  

sin orillas  

No quiero habanos  

no tengo dólares  

mejor será  

desaparecer antes que la noche  

–El Vedado, La Habana, Cuba, 1995—  

Sobre o autor
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Leo Lobos (Santiago de Chile, 1966) Poeta, ensayista, traductor, artista visual y gestor cultural. Laureado UNESCO-Aschberg de Literatura 2002. Realiza una residencia creativa en el Centre d´Art Marnay Art Center en Marnay-sur-Seine, Francia. Ha participado en innumerables muestras colectivas e individuales en Francia, Brasil, España, Argentina y Chile. Ha publicado entre otros: NIEVE Antología poética (2013), CORAZÓN (2018), Fernando PESSOA. El escritor múltiple de Lisboa (2019). Su obra ha sido traducida al portugués, búlgaro, inglés, italiano, árabe, francés y holandés. Como traductor desde el portugués ha realizado versiones en castellano de autores como Roberto Piva, Hilda Hilst, Claudio Willer, Tanussi Cardoso, Alice Ruiz, Paulo Leminski y del célebre poeta Fernando Pessoa, entre otros. El 2003 recibe la beca artística del Fondo Nacional de la Cultura y las Artes del Ministerio de Educación de Chile y el 2008 la beca de creación para escritores profesionales del Consejo Nacional de la Cultura y las Artes de Chile. El 2018 es distinguido con el Premio Yolanda Hurtado por sus aportes culturales y un reconociendo en el Festival Internacional de Poesía PRIMAVERA POÉTICA DE LIMA por su aporte a la literatura latinoamericana en la Universidad de San Marcos, Perú.

Livros do autor

Sobre o entrevistador

Julio Urrutiaga Almada é poeta, escritor, professor universitário, tradutor literário, dramaturgo e ator. Transeunte do Mundo. Identificado com a realidade latino-americana. Geminiano com ascendente em peixes e lua em câncer (marte em sagitário e vênus em Touro).