Tenho orgulho de mim, deixei de ser prego, agora sou marreta.
pois já senti o que é ser rejeitada, cuspida, negada, maltratada. Somente por ser preta.
Tenho orgulho da minha pele,
da minha carapinha.
Do afro que uso, dos meus traços marcantes.
Minhas origens espetaculares, dos colares, turbantes.
Tenho orgulho dos
guerreiros, dos sábios,
rainhas e reis verdadeiros.
Das minhas tranças, das crenças,
das danças, comidas e extravagâncias.
Tenho orgulho da minha raça,
da luta do meu povo.
Da liberdade conquistada, da briga pela igualdade, da insistência, resistência.
Do ontem lembrado com tristeza, mas com orgulho.
Por sobreviverem e chegarem vivos no cais.
Da esperança, força e coragem que tiveram
meus ancestrais.
Tenho orgulho de vim do gueto, da favela e andar pelo beco.
Porque é o quilombo moderno do preto.
Minhas origens!