Marias de Pedra e Mel é singular em sua composição e escrita, ao mesmo tempo em que dialoga com obras contemporâneas. Livros de escritores como Itamar Vieira Junior, Jeferson Tenório, Conceição Evaristo e Eliane Alves Cruz também inverteram os pólos de interesse e trouxeram a periferia para o centro, concedendo a personagens e histórias invisibilizadas desde sempre a ribalta do palco principal.
“Estava a escrever um livro sobre mulheres sofridas que, mesmo assim, seriam capazes de reescrever seus destinos, ainda que pela via do encantamento. Essas Marias encontraram uma forma de revidar, de vingar, de dar o troco e de evidenciar suas recusas à opressão”, afirma a autora.
Seria impossível dissociar a escrita de Iara dos autores citados, e de tantos outros, como Eliane Brum, Marcelino Freire, Marina Colasanti, Octavia Butler, Toni Morrison, Ana Maria Gonçalves e Lygia Bojunga, que a escritora cita como influências diretas em sua obra.
Um passeio em qualquer livraria hoje evidencia o quanto essas obras e autores ocupam cada vez mais espaço nas estantes, e não somente isso, os livros são debatidos em grupos de leitura, escolas, universidades e espaços de literatura, arte e cultura, além de estarem em destaque na mídia, em jornais, revistas, programas de rádio e tvs, e canais especializados nas redes sociais. O tema fervilha e as Marias criadas por Iara também integram esse movimento