Matrioskas, lançamento de Rubermária Sperandio

Trazemos o lançamento do livro de poemas de Rubermária Sperandio, poeta mineira e matogrossense, atualmente radicada no Rio de Janeiro.

 

 

Matriokas
 
Pra não romper nas nervuras,
facilitar o entalhe,
secar sem se entortar,
é preciso escolher a madeira certa.
 
Depois, faz-se um buraco nela.
“Vai doer”!
Ainda dói
o miolo estripado.
 
No seu oco,
coloca-se a outra
feita à sua semelhança;
cópia da cópia.
 
Para animar mais o artesão,
cores alegres e divertidas.
Verniz contra o gelo
pra ela não desmaiar. 
 
Assim são espalhadas pelo mundo,
em diferentes cores e fantasias.
Mães e filhas, bonecas
fazendo a festa do artífice.
 
E lá dentro da Matrioska,
mulheres diminuídas.
Mas tudo tem um fim.
A última será a inteira.

Um livro feminista sobre uma mulher que tenta recompor sua vida por meio dos poemas, os quais refletem a sua relação com o mundo. Uma oportunidade bem feminina de diálogo com o íntimo.

O livro se encontra à venda em várias livrarias e sites de venda do Brasil.

Sobre a autora

Rubermária Sperandio, mineira, criada em Mato Grosso, mora hoje no Rio de Janeiro. Formada em Comunicação Social, com mestrado em Mídia, Política e Cultura pela UFMT.

Ainda em estágio embrionário. Mal nascido, já matava. Chocante? Evidentemente que sim. O livro revela a capacidade de síntese e de ação de uma feminista que, através de seus versos, devolve a humanidade à caverna ideológica que sempre habitou. Ler Matrioskas significa sair de dentro de si, nascer como mulher. A obra revela um talento inominável no campo social e poético. Rubermária nos conduz a um estado de desconforto imediato. Na sequência de histórias, é possível enxergar o estupro coletivo de uma menina na favela do Rio, o apartar de uma mãe das garras do marido agressivo; o planejamento de um aborto consentido pela instituição familiar, a narrativa sobre a fé cega confiada à Igreja e à Lei. Seu libelo denuncia o lado lindo e perigoso da inocência; a potencialidade da sexualidade reprimida; a desconstrução dos prazeres de uma maternidade idealizada; o jogo político das famílias e das religiões que para além do bem estar, promove através do medo e do credo, uma relação de poder com as massas.

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