Poetas Analfabetos do Sertão do Pajeú

Os filmes são ambientados no sertão de Pernambuco, e são roteirizados, dirigidos e editados pelo jornalista e cineasta Jefferson Sousa, de maneira independente. Lança agora o terceiro documentário, “Pedro Tenório de Lima e a enxada de um poeta iletrado”, que teve a sua estreia no One People Film Festival 2021, na África do Sul, e também foi exibido no International Ecological Film Festival To Save And Preserve 2021, na Rússia.

O pernambucano Jefferson Sousa, natural de Itapetim, cresceu em meio a cultura da região conhecida como “ventre imortal da poesia”. Quando se formou em jornalismo, despertou a vontade de registrar esse verdadeiro patrimônio imaterial da sua terra em um mini documentário. 

Realizou o seu primeiro curta documentário, “Poetas Analfabetos do Sertão do Pajeú“, de maneira totalmente despretensiosa, disponibilizando no YouTube em 2017. Logo, bombou de visualizações e compartilhamentos. A resposta tão positiva levou à produção do segundo mini-doc, “Leonardo Bastião – o poeta analfabeto“, lançado neste ano. O filme gira em torno da figura humilde do poeta e agricultor de 74 anos. O segundo filme, “Leonardo Bastião, o poeta analfabeto”, de 2019, estreou em festivais de 11 países, sendo premiado em seis deles.

Lança agora o terceiro documentário sobre poetas iletrados “Pedro Tenório de Lima e a enxada de um poeta iletrado”, que teve a sua estreia no One People Film Festival 2021, na África do Sul, e também foi exibido no International Ecological Film Festival To Save And Preserve 2021, na Rússia.

“Ele nunca aprendeu a ler e nem escrever, mas consegue fazer longos versos com conteúdo "

O filme se passa em Itapetim, município no sertão de Pernambuco, e foi roteirizado, dirigido e editado pelo jornalista e cineasta Jefferson Sousa, 27. “Há centenas de poetas como Pedro Tenório por Itapetim, mas poucos se reconhecem como artistas, já que fazer poesia por lá é algo totalmente comum e está presente em todos os espaços”, conta Sousa, destacando a geografia cultural da região. “A poesia é parnasiana, toda metrificada, uma oralidade herdada pela cantoria de viola”, diz.