Portinari: o pintor do povo
O Google Arts & Culture organiza a universalização de Portinari, sua vida e obra.
"As obras de meu pai são uma carta ao povo brasileiro. Mais do que cores e formas são uma carta contra a injustiça social", pontuou.
Além das obras foram disponibilizados documentos digitalizados em alta resolução; incluindo fotos e cartas transcritas. A coleção “Portinari: O Pintor do Povo” pode ser acessada neste link e o acesso é gratuito.
Dividida em 20 exposições, ela tem apresentações que dão mais detalhes sobre a vida do artista e ferramentas que permitem explorar suas obras por ordem cronológica ou pela cor predominante em cada pintura.
Leia na íntegra uma das cartas de Graciliano para Portinari
Caríssimo Portinari:
Portinari ficou famoso por seus murais, e uma criação notável foi sua colaboração com Oscar Niemeyer, arquiteto modernista mais importante do Brasil. A Igreja de São Francisco de Assis, projetada por Niemeyer, fazia parte de um projeto urbano em Belo Horizonte, Brasil. O arquiteto pediu que Portinari pintasse um mural atrás do altar.
Na finalização da obra, em 1943, o arcebispo Cabral se opôs à estrutura por razões estéticas, declarando: “O hangar de Niemeyer [parece] mais o abrigo de bombas do diabo […] com um Cristo emaciado olhando num enorme afresco do pintor Candido Portinari”. Ele alegou que a obra era “inadequada para propósitos religiosos” e ela só foi consagrada 16 anos depois. Em 1959, o arcebispo auxiliar João Rezende Costa achou que a construção tinha “grande importância artística e uma atmosfera espiritual”, e ela finalmente foi consagrada.
Durante a vida, Portinari foi um pintor prolífico, juntando mais de 5 mil obras de arte que vão de pequenos esboços a grandes murais em escala, embora apenas um pequeno número de suas obras tenha sido exposto enquanto ele era vivo.