‘A Colmeia’ estreia nos Cinemas

Suspense dramático acompanha os conflitos de um grupo de imigrantes alemães

Um grupo de imigrantes alemães vive isolado no interior do sul do Brasil. Eles tentam ser invisíveis, mas o medo do que pode estar no seu entorno os faz frágeis e os leva a violentos conflitos entre si. Mayla, a jovem adolescente luta para fugir daquele lugar. Oprimida pelos adultos e traída pelo próprio irmão gêmeo, ela tem um destino sombrio e diferente do que esperava. A carne de Mayla é doce num tempo amargo e obscuro.

 

Vencedor do prêmio de Melhor longa estrangeiro do Festival Internacional de Zaragoza e cinco Kikitos na mostra gaúcha do 49º Festival de Cinema de Gramado (direção, ator, fotografia, som e arte), “A Colmeia” chega às salas de cinema do Brasil a partir do dia 30 de junho (quinta-feira). Segundo longa do realizador gaúcho Gilson Vargas, o drama psicológico acompanha um grupo de oito pessoas afastadas da civilização e como cada um lida com seus próprios demônios internos – e externos.

Em uma casa perdida no meio do nada vive o casal Bertha e Werner, os adultos Kasper, Uli, Lila e os gêmeos adolescentes Christoffer e Mayla. Na residência também mora a empregada Erika. Lá, a força de trabalho não difere homens e mulheres, mas a palavra final é sempre de Werner. Os mais velhos veem o trabalho e o silêncio como as melhores virtudes, enquanto os jovens esperam mais da vida. O isolamento imposto afeta cada um à sua maneira. O medo e a repressão são denominadores comuns.

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“A Colmeia” se passa durante o período da Segunda Guerra, quando falar alemão estava proibido em território brasileiro, além de outras várias restrições culturais. Uma atmosfera de desconfiança paira nas cidades e nos campos. A ameaça de invasores, doenças e fome também batem à porta dos habitantes da casa. Os gêmeos Mayla e Christoffer não concordam com as visões dos adultos. Christoffer prefere vagar pelas matas a enfrentar o bullying escolar e Mayla luta para fugir da colônia. A traição do próprio irmão gêmeo e uma série de agruras levam Mayla a um desfecho sombrio, onde o silêncio e a mentira escondem segredos profundos.

Para o diretor, o filme aborda temas da contemporaneidade. “‘A Colmeia’ é perpassada por diversos “favos” de subtemas que dialogam com nosso mundo de hoje, mesmo que a história se passe na primeira metade do século passado, aponta Vargas. “Esse jogo de espelhamentos entre uma ficção de época com ares de suspense e a nossa realidade atual estão refletidos nos “favos” que permeiam a narrativa. A colmeia que do lado de fora aparenta tranquilidade, mas que ao ser violada torna-se agitada e perigosa”, conclui.

A preparação dos atores incluiu uma imersão no modo de vida dos colonos alemães. Muitos dos objetos utilizados pelos personagens foram escolhidos pelos próprios intérpretes. As filmagens aconteceram em quatro municípios do RS: Maratá, Pareci Novo, Harmonia e Bom Princípio. A casa centenária que serve de principal cenário é original do final do século XIX. Em estilo típico Enxaimel, foi restaurada especialmente para o filme. “A Colmeia” teve sua estreia mundial na Estônia, no Black Nights International Film Festival.

“A Colmeia” é uma realização da Pata Negra e tem distribuição da Lança Filmes. O financiamento é do Edital Pró-cultura RS FAC de Produção Audiovisual, realizado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul/SEDAC, e Fundo Setorial do Audiovisual, através da Ancine e BRDE.

"A Colmeia"

Uma adolescente oprimida e traída pelo seu irmão gêmeo, luta para fugir da colônia onde vive com um grupo de imigrantes alemães. Isolados do mundo e vivendo em uma atmosfera de pavor, uma série de dificuldades levam Mayla a um desfecho sombrio, onde o silêncio e a mentira escondem segredos profundos. A carne de Mayla é doce num tempo amargo e obscuro.

Sobre o diretor

Gilson Vargas é roteirista, diretor e produtor. Formado em Jornalismo com mestrado em comunicação. É professor de roteiro e de direção no curso de cinema da Unisinos. Destacam-se o longa “Dromedário no Asfalto”, exibido na VI Semana dos Realizadores, os curtas Casa Afogada, ganhador de quatro Kikitos no Festival de Gramado e Vaga-lume, vencedor do International non-budget Film Festival of Gibara, Cuba, e as séries “Longe de Casa”, filmada em cinco países e exibida pela Globo Internacional e a “Série Travessias”, filmada também em diversos países em 28 episódios com estreia prevista para 2022. “A Colmeia” é seu segundo longa. Uma curiosidade sobre Vargas é que também compôs trilhas para diversos filmes, seus e de colegas diretores, além de ter dirigido premiadas peças de teatro, como “Crucial Dois Um”, de Paulo Scott e “9 Mentiras Sobre a Verdade”, de Diones Camargo.

 

Sobre Pata Negra – Produtora

Com dez anos de atuação, a Pata Negra é uma produtora sediada em Porto Alegre e realiza filmes e séries com vocação para coproduções dentro e fora do Brasil. Realizou premiados curtas, médias e longas de ficção e séries documentais filmadas em mais de 15 países.

 

Sobre Lança Filmes – Distribuidora

A Lança Filmes é uma empresa distribuidora de conteúdo audiovisual. Distribuindo longas e curtas-metragens, séries e novos formatos, em festivais, mostras, cinema, VOD, televisão fechada e aberta, internet e em novas plataformas. Entre seus títulos estão: “Mateína – A Erva Perdida” (2022), “Legado Italiano” (2021), “Portuñol” (2021), “Disforia”(2020), “A Cidade dos Piratas” (2019),  “Tamara” (2018), “Yonlu” (2018) e “Dromedário no Asfalto” (2014).