A poesia de Caio F Abreu

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Vencedor por três vezes do Jabuti, um dos mais importantes prêmios literários do país, o autor é um dos mais citados nas redes sociais, onde trechos de sua obra circulam massivamente.
Caio Fernando Abreu é um dos escritores mais queridos e populares da Literatura brasileira. O autor é um dos mais citados nas redes sociais, trechos de sua obra circulam massivamente. 
 
 Você já deve ter lido por aí:  “Te espero aqui onde estou, abismo, no centro do furacão” ou “Meu coração é o mendigo mais faminto da rua mais miserável”. 
 
Escritor, jornalista e dramaturgo, viveu em diferentes cidades do Brasil e do mundo, e frequentou os cenários culturais e políticos da época. Venceu três vezes o Jabuti, principal premiação literária brasileira, pelos livros Triângulo das Águas (1983), Os Dragões Não Conhecem o Paraíso (1988) e Ovelhas Negras (1995).  Sua obra, é marcada por uma linguagem fluida, que retrata o cotidiano com uma linguagem informal. Tinha gosto pelo não literário e considerava ele mesmo que alguns de seus livros não seriam dignos de serem chamados de “Literatura”. 

Queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa que escrevi

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Caio escreveu contos, cartas, romances, poemas, peças teatrais e crônicas. Alguns de seus textos envolvem o cotidiano das cidades do interior, ao mesmo tempo em que se observa que suas narrativas são fluídas e tratam de sentimentos contemporâneos e aspectos da natureza humana que se mantém atemporais.   
 
No dia 25 de fevereiro de 1996, aos 47 anos, o gaúcho nascido sob o signo de Virgem e ascendente em Libra, fez sua passagem, vítima de complicações decorrentes do vírus HIV. Sua condição de soropositivo influenciou seus escritos referentes à fase da convivência com o vírus, especialmente em suas últimas crônicas publicadas pelo jornal Estadão, que foram compiladas no livro póstumo “Pequenas epifanias”  
Ele foi abertamente gay no período da ditadura militar (1964-1985) no Brasil. Abreu se refugiou na chácara de sua amiga Hilda Hilst, também escritora, em Campinas (SP), por ser perseguido pelo governo. Em Morangos Mofados (1982), seu quarto livro de contos, ele fala abertamente sobre preconceito e violência contra gays e travestis, depois de se referir ao assunto por meio de metáforas e sutilezas, sob limites da censura. 
 Caio Fernando Abreu que, perseguido pelo DOPS, havia se refugiado na Casa Sol de Hilda Hilst em 1968, enviou em março de 73 uma carta de despedida à amiga, partindo do Brasil sem saber se retornaria: 

As agressões e repressões nas ruas são cada vez mais violentas, coisas que a gente lê um dia no jornal e no dia seguinte sente na própria pele. A gente vai ficando acuado, medroso, paranoico: eu não quero ficar assim, eu não vou ficar assim. Por isso mesmo estou indo embora. Não tenho grandes ilusões, também não acredito muito que por lá seja o paraíso - mas sei que a barra é bem mais tranquila e, enfim, vamos ver. Acho que o mundo está aí para ser visto e curtido, antes que acabe. Vou consciência tranquila, sabendo que dentro de todo o bode fiz o que era possível fazer por aqui. E não sei quando volto. Nem se volto.

Podia ter sido escrita hoje, mas essa carta é de 1973. Caio Fernando Abreu retornaria ao Brasil.

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O escritor Nei Duclós expõe as correspondências que trocou com Caio F Abreu, seu amigo, nos anos 1970. 

“Três vezes Hilda, Biografia, correspondência e poesia” está disponível no Google livros.

Livros reúnem contos, poesia, correspondência e roteiros de Caio F Abreu

As obras do autor estão disponíveis online

O essencial da década de 1970 reúne contos, poesia, correspondência e até uma precoce peça de teatro no mais autêntico estilo gótico. É uma aventura percorrer os primeiros escritos de Caio F. e mapear os temas que se tornariam recorrentes ao longo da sua obra.

  Este volume traz uma visão única da obra de Caio Fernando Abreu de 1990 a 1996. É nessa fase que o escritor atinge a maturidade plena e o domínio dos meios de expressão, enquanto, paradoxalmente, enfrenta o declínio físico progressivo, atingido pela doença de que viria a morrer. 
Nos anos 1980, o leitor depara com um Caio F. literariamente mais maduro. Seus textos são permeados por uma narrativa mais coesa, embora os questionamentos existenciais, a angústia e a paixão continuem a ser os traços característicos de sua obra. 
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