O que motivou a escrita de Banzo e Afetos? Como foi o processo de escrita?
O começo da pandemia me fez refletir muito sobre a vida. O processo foi mudando aos poucos. Houveram dias que escrevi todos os dias, em outros dias não conseguia escrever, porque a dor e a preocupação eram grandes demais. Escrevo também como um processo de cura, seja ela individual ou coletiva.
Se você pudesse resumir, quais são os principais temas da obra? E por que tratar deles?
Os temas centrais de Banzo e Afetos são ancestralidade, afeto e vida. Escolhi esses temas porque eles gritavam dentro de mim. Escrevi para dar vida a eles, pari-los para o mundo.
Quais autores (e autoras) você considera suas referências? Quais obras influenciaram diretamente a produção do livro?
Adélia Prado, Conceição Evaristo e Ryane Leão. Nenhum livro me influenciou na escrita de Banzo e Afetos.
Em Banzo e Afetos, você trabalha com crônicas, contos e poemas. Mesmo assim, sua escrita apresenta uma voz singular. Como você definiria essa voz, ou esse estilo de escrita?
Não gosto de definir a minha escrita. Deixo isso para os críticos e especialistas que nomeiam. A mim me cabe apenas escrever.
Como é o seu processo de escrita?
Meu processo é não ter processo. Tem dias ou semanas que eu escrevo diariamente. Às vezes, não consigo ter essa disciplina, e penso que está tudo bem também. Amo quando a escrita me acorda no meio da noite. Saio da cama e anoto as ideias principais, ou escrevo o texto pronto. Não tenho meta diária. Deixo o texto livre. Apesar disso, gosto e mantenho o
hábito de meditar antes de me sentar para escrever.
Você escreve desde quando? Como começou a escrever?
Escrevo desde sempre. Comecei aos 11 anos.
Como foi a sua aproximação com a editora? Como foi o processo de edição?
Uma conhecida minha, que também é escritora, me indicou a Páginas Editora. Foi um processo muito bacana. Formamos uma excelente parceria de trabalho, respeito e profissionalismo.
Quais são os seus projetos atuais de escrita? O que vem por aí?
Estou trabalhando em dois livros infantis. Um que fala sobre morte. O outro escrevi pensando em crianças binacionais, partindo da ideia de que o português é uma língua doce. Relaciono o idioma com os doces populares da nossa cultura. memórias: emprestadas, ressignificadas e, sobretudo, ficcionalizadas.