É exatamente o desafio que torna a experiência literária ainda mais instigante, pois tensiona os limites da criação, expande o imaginário do autor e amplia o prazer estético na fruição da obra por parte dos leitores.
A questão é que os moinhos de vento digitais de nossa era levam a mensagem mais rápido, para mais longe e multiplicam-se os Sanchos, Dulcineias, nigromantes e até alguns Rocinantes de ocasião. A era digital não transformou meu trabalho, sigo o aedo de antes da era digital. No máximo valho-me de tais artifícios para partilhar algumas obras alhures, seja em videopoemas, e-books ou disseminação massiva de haicais via redes sociais. Tenho essa felicidade secreta de ter sido pouco contaminado pelos atravessamentos da pós-modernidade e os deslumbres da hora da era digital. Hoje o lume da antiga fogueira são os pixels da tela, dessa tela na qual aí e agora seus olhos encontram estas letrinhas…