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desço aos infernos
pelas escadas rolantes
da rodoviária de Brasília
meu corpo boiando
no óleo que ferve
um pedaço do teu coração
num pastel de carne
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o seio como parte da boca
o toque como parte do olhar
o respirar como parte do ar
o dançarino como parte da dança
a língua como parte do dente
o desejo como parte do gozo
o poema como parte do todo
a vagina como parte do pênis
e o teu espanto
como parte do medo
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o menino que fui existe onde não estou
o menino que fui não sou eu,
é outro menino, mais antigo,
que veio antes de mim
o menino que fui
nenhum poeta imagina,
nenhuma palavra recria
o menino que fui não foi
BRAXÍLIA
#MINHABRASILIA nº 16
Ele é cuiabano, mas conseguiu como poucos traduzir Brasília. O poeta mais aclamado da Capital deu um rolé na #minhabrasilia e falou de poesia, de saudade, da ditadura, e de Brasília, claro!
Poeta cuiabano radicado em Brasília, escreve sobre amor, poesia, infância, Brasília, entre outros temas. Publicou 20 livros. Participa ativamente de encontros literários pelo país.
Marcado sob pressão pelos militares, Nicolas foi perseguido, interrogado, preso e censurado nos fim dos anos 1970.
Na página do autor é possivel encontrar outros vídeos, audiopoemas e livros.