Minha formação acadêmica é toda bagunçada. Um pouco pelas condições de vida. Garoto negro, filho de operários, na Baixada Fluminense num tempo em que por aqui não existiam faculdades públicas.
Graças à luta de muitos hoje já existem, embora devesse ter mais. Mas, devo admitir, muito pela minha própria personalidade meio bagunçada 😁😁😁. Para se ter uma ideia eu cursei um ano de Engenharia na UFF em Niterói. Estudei Comunicação Social na ECO/UFRJ (o que foi uma experiência fantástica de convivência com excelentes professores e colegas talentosos, alguns dos quais mantenho amizade até hoje). Entrei por concurso para o serviço público federal, onde exerço o cargo de Técnico do Seguro Social, já em fim de carreira. Cursei Administração na Uniabeu, em Belford Roxo, o que muito me ajudaria nos cargos que exerci um pouco depois.
Tive oportunidade de, cedido, atuar na gestão pública de cultura na Secretaria de Estado de Cultura RJ, na FUNARTE/Ministério da Cultura e como Subsecretário na mesma área em Nova Iguaçu.
Em paralelo às atividades públicas, estive junto a várias movimentações culturais, especialmente na literatura. Tive a sorte de dirigir a Casa de Cultura de Nova Iguaçu (Espaço Cultural Sylvio Monteiro, na época), onde convivi com figuras fantásticas, tanto da gestão como da sociedade civil, artistas, produtores, ativistas, fazedores e agentes sociais. Mais ou menos no mesmo período cumpri um mandato como presidente do Conselho Municipal de Cultura de Nova Iguaçu.
Na cena literária atuei no espetáculo de leituras poéticas Poema de Mesa com o poeta Marlos Degani, tendo feito apresentações em diversos saraus e em dois teatros ao longo de um período total de quase dez anos.
Fiz parte do Coletivo de Poesia Palavra Viva – CPV. Publiquei em diversos jornais, revistas e coletâneas e participei de diversos saraus. Em 2018 criei o sarau Encontro de Avohais e Outros Seres Poéticos em Belford Roxo, que acontece até hoje aproximadamente a cada três meses, fora esse período de pandemia. Num certo momento senti fortemente a necessidade de um lastro teórico para toda essa experiência prática. Foi quando entrei para a pós em Produção Cultural com ênfase em Literatura Infantil e Juvenil pelo IFRJ, e Nilópolis. Onde consegui me formar em 2013.
Não sei se ainda tenho pique pra fazer um mestrado. Acho que sim. Depois que me aposentar. Também tenho vontade atuar como editor (já coordenei a edição de uma coletânea de poemas: XXI Poetas de Iguassu) para ajudar os autores de periferia a registrar seus trabalhos, principalmente os jovens.
Atualmente o mundo está tão maluco que não sei se dá pra planejar alguma coisa a curto e médio prazo. Vamos ver. De qualquer forma estou preparando um novo livro de poemas, Peixe na Rede, que reunirá trabalhos que tenham a cara das redes sociais