Herança de morte
Lírios em mãos de carrascos
Pombal à porta de ladrões
Filho de mulher à boca do lixo
Feridas gangrenadas sobre pontes quebradas
Assim construímos África nos cursos de herança e morte
Quando a crosta romper os beiços da terra
O vento ditará a sentença aos deserdados
Um feixe de luz constante na paginação da história
Cada ser um dever e um direito
Na voz ferida todos os abismos deglutidos pela esperança
Amélia Dalomba, em “Todos os sonhos” (Antologia da poesia moderna angolana).. [Organização Adriano Botelho de Vasconcelos]. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 2006