Em 1964, a UNESCO dava início a uma tarefa sem precedentes: contar a história da África a partir da perspectiva dos próprios africanos. Mostrar ao mundo, por exemplo, que diversas técnicas e tecnologias hoje utilizadas são originárias do continente, bem como provar que a região era constituída por sociedades organizadas, e não por tribo, como se costumava pensar.
Quase 30 anos depois, 350 cientistas coordenados por um comitê formado por 39 especialistas, dois terços deles africanos, completaram o desafio de reconstruir a historiografia africana, livre de estereótipos e do olhar estrangeiro. Estavam completas as quase dez mil páginas dos oito volumes da Coleção História Geral da África, editada em inglês, francês e árabe entres as décadas de 1980 e 1990.
A coleção está dividida em oito volumes, indo da pré-história africana, passando pela África antiga e chegando aos tempos atuais.
Além de apresentar uma visão de dentro do continente, a obra apresenta um novo olhar a respeito do legado do continente para a própria identidade nacional. Trata-se de um marco no processo de reconhecimento da importância cultural da África para o mundo, expandindo a visão sobre ao história africana.