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Poemas de Armando Maria

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Poemas de de Armando Maria

Armando Maria, pseodónimo literário de Armando Severino Domingos, filho de Pinto Domingos e de Maria Severino, nasceu aos 03 de Junho de 1996, em Viana, província de Luanda.

Em 2017, ingressou na Universidade Agostinho Neto como estudante da Faculdade de Humanidades – ex-Faculdade de Letras, no Curso de Língua e Literaturas
em Língua Portuguesa, tendo licenciado-se nesta área em 2021.

ESPERANÇA

Dezembro expectante
noite ofegante…


Terminando o truncamento milenar dezanove
ausência de luz ensanguentada
sem permissão, chegou,
entrou, anos sacudiu


Comigo não atabalhoou,
omem sem H; que ser é este?
vírus letal…
imundo como seu mundo
desumano como brutal


Milénios apocalipse tombaram
eu, eu jamais me derrubaram
em todas as lutas milenar
combati um bom combate ¹


Eu usei cara falsa na cara verdade
com bondade prossegui o serpentear da Serra-da-Leba
meu olfato brasa, meu funil brasa
até os homens todos
com este toque humildade
a salvo estavam todos


Dezembro expectante
noite folgante…


1 Fonte: Bíblia Sagrada

MUDANDO

Com voz suave e melodiosa
num país qualquer
gritarias harmoniosas:
haja mudança, mudança
haja…

Plebeu pacato chorando choro choroso
nuvens neve vão nevando
ele, enquanto vai gritando ele:
haja alternância, alternância
haja…

Dias cimérios foram passando
cemitérios luzes foi havendo


Repentinamente voz aguda:
EU JÁ NÃO ESPERO²
SOU AQUELE POR QUEM SE ESPERA³
sou a esperança deste cosmo

Nele fecundou esperança
a voz do poeta trouxe lembrança
dos dias calmos de aflição
com catanas na mão
quando voou a pomba branca


Mudança um dia vai haver
Talvez com ela…
com ela vamos lá ter.

²Agostinho Neto é o autor deste verso; in Renúncia Impossível ³ Ibidem

As minhas entranhas conhecidas a partir de Cape Town
Num místico diversificado
Congelo iguarias, religiões, músicas e línguas num só ice berg


Com o meu Braai queimo a sua boca
Invoco chakalaka para que sintas a morte do seu paladar
Não ao suicidio! Nem suicidar…


Clamo bem alto ecoando inglês, africâner, phuthi, swasi, ndebele…
Num gaguejar de gago soa inaphusile 4
Para que me sinta strong
Em milénios forever young


Da minha identidade não esqueço
Mexo, remexo no kwaito
Cansado se fico termino no African Jazz
Sou Coetzee, Nadine Gordimer, Tolkien, Karel Schoeman…


SOU ÁFRICA DO SUL!

 

4 Palavra resultante da amálgama das seguintes expressões: inglês, africâner, phuthi, swasi, ndebele

No 82 me descobriram; dizem.
Longos anitos me sacudiram, pensem!
Homens que criei tombaram
No carrasco moribundo ceifaram


Tenaz, sagaz, fénix…
Num ajuntar ajuntado juntei juntos 18.
Kabinda, Kunene, água azul e Muxiku, tudo
Resisti resistente como Mandume, mudo.


Em 2002 nasceu o branco…
Num país de negro, mulato sem racismo
“Vamos descobrir Angola”, nacionalismo


Tempestade-bonança de lá para cá
Luz-trevas de cá para lá
De Ngola a Angola assim surgi


Das fendas de Tundavala
Cristo Rei, Serra da Leba,
Quedas de Kalandula, Pungu-a-Ndongo,
Esperança Mayombe,
Imprevisível como Jacaré Bangão
Solto o meu agrito de liberdade:
SOU ANGOLA!

Armando Maria, pseodónimo literário de Armando Severino Domingos, filho de Pinto Domingos e de Maria Severino, nasceu aos 03 de Junho de 1996, em Viana, província de Luanda.

Começou os seus estudos primários na Escola Dona Lalé, em Viana, onde frequentou a 1,ª e 2.ª classes. Concluiu o ciclo de formação primária na Escola Passuka. Em 2010, fez a sua formação do I.º Ciclo do Ensino Secundário, na Escola Estatal 5.107, vulgo Ndonje, tendo terminado a 9.ª classe em 2012. Começou, em 2013, a sua formação média, isto é, II.º Ciclo do Ensino Secundário, no Puniv do Kapalanga n.º5.112, tendo finalizado em 2015.


Em 2017, ingressou na Universidade Agostinho Neto como estudante da Faculdade de Humanidades – ex-Faculdade de Letras, no Curso de Língua e Literaturas em Língua Portuguesa, tendo licenciado-se nesta área em 2021. 


Enquanto criança, já escrevia alguma coisa e sentia amor pelos livros, contudo, este hábito evoluiu-se na altura em que começou a frequentar a universidade no curso supracitado. De lá para cá, escreve alguns textos poéticos, embora o seu forte seja o texto narrativo; tem em carteira dois textos já terminados, todavia, não os publica por falta de condições financeiras e apoio

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